terça-feira, 23 de julho de 2013

De volta!

Depois de um longo tempo longe do meu querido blog, ainda me adaptando a vida de casada e as intensas mudanças profissionais, retorno com pique total e pronta para semanalmente, compartilhar iniciativas, oportunidades e reflexões com vocês!

Para começar com o pé direito, vou compartilhar com vocês um texto de minha autoria, que preparei para o site da ODS Consult (www.odsconsult.com.br), empresa a qual faço parte e da qual tenho muito orgulho!

O texto, traz uma breve análise da 5ª edição da FLAC - Festival Latino Americano de Captação de Recursos e uma reflexão dos principais pontos discutidos. 

Espero que gostem da leitura e que participem com seus comentários!

Um forte abraços a todos!

5ª Edição FLAC 
Principais discussões acerca das tendências em captação de recursos 

Entre os dias 23 e 25 de abril, representantes de organizações sociais, poder público e empresas estiveram reunidos no maior evento da America Latina voltado a discussão dos rumos da captação de recursos.
A FLAC – Festival Latino Americano de Captação reuniu em 2013 mais de 500 participantes e 80 palestrantes em 60 sessões. Com uma abordagem voltada as tendências da captação de recursos, principalmente no Brasil, o festival mesclou apresentação de cases de sucesso e orientações técnicas nas diferentes áreas de atuação de um captador de recursos, dentre elas educação, saúde, meio ambiente e assistência social.
O evento contou com a realização de 3 rodas-vivas, cujos temas envolveram a cultura da doação no Brasil e no mundo, os desafios do financiamento e sustentabilidade das organizações da sociedade civil e o futuro do captador de recursos.
Aqui gostaria de destacar, alguns dos pontos que mais me chamaram a atenção. O primeiro trata-se da inversão da pirâmide de doações. Até então, a grande maioria das organizações da sociedade civil estavam acostumadas com a relação de 80% doações público e/ou privada contra 20% doações de pessoas físicas na composição de suas receitas anuais.  Pesquisas mostram uma inversão cultural, apontando para um alto crescimento nas doações de pessoas físicas, na casa dos 70%, enquanto que os recursos privados cada vez mais concentram-se em projetos próprios, minimizando a relação de doação espontânea, variando em torno de 30%.
Para tomarmos como base alguns dos principais parâmetros nacionais, segundo o último censo GIFE, 80% de seus associados possui como foco a educação e operam os próprios projetos. Apenas 20% disponibilizam recursos para editais e doações abertas. Complementando, 59% das 782 mil empresas pesquisadas pelo IPEA realizam algum tipo de investimento social, porém, 39% realizam apenas investimentos pontuais. Isso nos faz refletir e resgatar o princípio da filantropia, baseada na conquista individual, mesmo quando falamos em recursos empresariais. O que está em jogo aqui é como as organizações da sociedade civil conduzirão nos próximos anos a retomada do sentido de ajuda mutua, de filantropia, tendo como um dos principais exemplos a cultura de doação americana. Quais as estratégias deverão ser adotadas, para garantir um maior número de doadores pessoa física na busca pela sustentabilidade institucional?
Com essa pergunta, entro no segundo ponto que me chamou atenção neste festival. Durante os 3 dias de evento, o que mais se evidenciou como estratégia inovadora de captação foi o uso das tecnologias de comunicação para a captação face-to-face. Não conseguiremos mais falar em captação de recursos, sem falar de mídias, recursos tecnológicos, agilidade na informação. Esse conjunto de processos e técnicas tem gerado bons exemplos de sustentabilidade financeira e transparência das organizações da sociedade civil. E todos devem estar atentos e preparados para essa exigência. Captação via celular, redes sociais e crowdfunding são algumas das inúmeras ferramentas que vem, a cada dia, difundindo novas possibilidades para geração de receitas e transparência. As organizações que forem líderes dessas mudanças, com certeza terão sucesso garantido no futuro.
E como último ponto, e não menos importante, está o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil.  Com uma clara apresentação, a secretária geral da Presidência, Sra. Laís Lopes, apresentou o andamento das ações pela construção do Marco Regulatórios das OSC´s, que reúne atualmente 14 organizações nacionais envolvidas na construção de um plano de ação voltado ao bom funcionamento do 3º setor, efetivado por meio do decreto 7568/2011.
O plano de ação estabelece basicamente 3 blocos temáticos sendo o primeiro voltado a sistematização da contratualização, o segundo para o financiamento e sustentabilidade econômica e o terceiro para a certificação das OSCs, consolidado pela agenda do Marco Regulatório. Nos próximos textos, abordarei com mais detalhes esse assunto.
A FLAC, nestes 3 dias, nos apresentou as principais tendências da captação de recursos no Brasil. O mais importante, porém, é cada captador, organização, empresa ou governo fazer sua lição de casa. A cultura de doação, seja ela pública, privada ou de pessoa física depende de método, de ferramentas. É o mesmo que pensarmos em um carro, que precisa de combustível, de bons condutores e passageiros para fazer uma boa viagem. No terceiro setor, temos os melhores combustíveis: o amor ao próximo, a solidariedade, a busca por um mundo melhor. Os passageiros, nem preciso falar: é o que nos move, é a nossa causa. Para o sucesso ser completo, basta juntarmos as melhores lideranças e os melhores profissionais. Essa é a fórmula perfeita. Cabe a cada um personalizá-la do seu jeito que o sucesso é certo!

Texto escrito por Tássia V. Siqueira Faria, consultora da ODS Consult.

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